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Tenho 24 anos. Sou mãe de primeira viagem. Não fiz faculdade. Nunca visitei outros países. Gosto muito de ler, mas tenho uma dificuldade enorme em escolher um livro na livraria, e acabo voltando de mãos vazias ou com 5 de uma vez só. Minha vida é comum. Nada de muito extraordinário,exceto por um passado frio e sombrio que carrego na bagagem: Fui vitima de Abusos Sexuais na infância. E hoje 20 anos depois do primeiro abuso, consigo partilhar minhas dores de forma plena e aberta. Além disso, sou casada a 2 anos com o homem por quem me apaixonei a 4 anos atrás. Um homem lindo.Com um coração gigante, doce e carinhoso. Ele é dependente químico a 8 anos. Eu amo meu marido. E estou caminhando com ele rumo a Nossa Recureração. A droga não pode ser maior que o amor que nos une. Este Blog além de ser sobre a Dependência Química do meu amado, sobre minha Codependência e sobre Violência Sexual, é uma maneira de partilhar essas experiências doloras. Que alguém aí fora se identifique e saiba que não está sozinho.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

A melhor decisão que já tomei.

1o de Junho.
Estamos na metade do ano já. E nenhuma das minhas promessas de ano novo se cumpriram até agora.
Meu marido não voltou pro tratamento, não comecei minha terapia (estou com o encaminhamento pra terapia na gaveta, mas não tenho coragem de ir).


Em fevereiro fui a uma consulta de rotina na ginecologista. Mas pela primeira vez tive coragem de contar dos meu traumas e pedir ajuda.
Antes da consulta ficava revisando o diálogo na minha cabeça centenas de vezes. Mas eu precisava fazer aquilo. Embora já tenham se passado 18 anos desde que sofri os abusos, não superei.
Na verdade acho que essas coisas nunca são superadas, agente só tem que aprender a conviver com os fantasmas.
E eu nuca tinha tido coragem de conversar com nenhum especialista.. Mas agora tenho minha filha, e preciso por minha cabeça no lugar pra não ficar paranóica e achar que todo homem que se aproximar dela vai lhe fazer mal.


E com a cara e a coragem, eu fui.
Já na sala d espera eu tremia e suava frio. Até que dentro da sala alguém chamou meu nome. Gelei.
Conversamos sobre meu anticoncepcional, a amamentaçao ( Julia ainda mama no peito) até que eu muuuuito sem graça entrei no assunto. Ela foi super natural e não fez muitas perguntas. Oque eu achei ótimo porque não queria entrar em detalhes naquele momento. Até porque quando entrei no assunto começei a chorar, eu não queria, mas não tive como conter.
ela me disse que eu precisava de ajuda pra saber até onde isso afetava outras areas da minha vida (como sexo, família, confiança nas pessoas etc..)
E me deu um encaminhamento pra passar com uma psícologa e eu fui embora me sentindo vitoriosa!


Tomei uns anciolíticos que ela receitou, e fui falar com a psicologa.
Foi tranquilo..
Ela me perguntou tudo sobre minha mãe, meu pai, meus irmãos, o marido da minha mãe.


e por incrível que pareça, não chorei.
Fiquei calma até o momento que ela perguntou:


 -Quantos anos você tinha da primeira vez?
- Eu tinha 6.
-Sua mãe sabia?
-Não. Mas quando eu tinha 8 contei pra ela oque ele fazia.
- E ela?
- Não fez nada. Brigou com ele, disse que eu ia morar com minha madrinha. Mas continuou morando com ele.
- Ela não teve medo de acontecer de novo? 
-Acho que não...


A essa altura eu já estava aos prantos. Ela com uma cara meio abismada.
Ela tentou me explicar que minha mãe também precisa de tratamento, que 
ela uma obsessão pelo meu padrasto, algo doentio.
E que ela também precisava de tratamento. Me deu umas indicações de Terapia Familiar e disse pra eu levar odo mundo: minha mãe, ele , meus irmãos, meu marido..


Pra ser sincera, achei meio absurdo.
Como eu vou chegar na casa da minha mãe. Reunir todos na sala e dizer: "vamos todos a terapia pra discutir oque vc fez comigo Rogerio, e porque vc mãezinha me deixou conviver com ele todos esses anos e ainda me culpou quando ele te disse que me amava quando eu só tinha 12 anos. Vamos??"


Imagina!! Nunca que eu vou fazer isso..


Bom.. a psicóloga me deu indicações pra eu passar com um especialista, sexologo que ele poderia me ajudar melhor. Segundo ela, eu preciso porque ainda hoje minha mãe é casada com ele, ele vem na minha casa, ele quer pegar minha filha no colo. E infelizmente esse é o unico caminho se eu quiser conviver com a minha mãe. Quando eu disse pra ela que não queria ele na minha casa e muuuuuuito menos pegando minha filha no colo ela não gostou muito nao.
E ficou um bom tempo sem vir aqui.


Preciso de ajuda pra entender oque eu sinto hoje com relação ao que passou, como lidar com a minha mãe, como conseguir olhar pra cara dele sem quer vomitar (isso eu sei que sempre vou sentir)..
Mas eu quero estar bem. Falar disso sem chorar, entender que a vida seguiu e eu sobrevivi e preciso ser forte porque um dia vou contar tudo isso a minha filha, eu quero que ela saiba porque eu NUNCA vou deixa-la dormir na casa da vó. Quero que ela seja forte e nunca deixe que ninguém se aproveite dela e que ela tem a mim incondicionalmente. 


Quero estar bem tbm pra ajudar meu esposo a sair das drogas.
Como posso ajuda-lo se eu não estiver bem. Quero me livrar dessa necessidade de proteção constante. Quero ser forte!! Firme! Dona de mim e das minhas vontades.
E acho que a terapia vai me ajudar a encontrar esse EU perdido dentro de mim.


Quero ir lá segunda-feira marcar uma consulta e ver no que vai dar.


Esse é o caminho.





6 comentários:

  1. Camilaaaa, primeiro quero dizer que senti falta dos seus posts e te agradecer pela visita e comentario no meu blog, obrigada !
    E muito, mas muito te dar os parabens por toda essa coragem de enfrentar seus medos, seus traumas, de estar indo buscar ajuda, isso é otimo!

    Um grande beijo e saiba que Tmujuntas !

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    1. Ai Emily, não tá sendo fácil.. to com medo de cutucar isso.. Mas é necessario!!
      E Obrigadão pela força, me impulsiona a ir pra frente!!

      Beijão!

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  2. Camila, parabéns pela iniciativa, por ter dado o primeiro passo, olha, você tem duas opçoes, ou vc passa o resto da sua vida se escondendo dessa dor, ou você enfrenta ela de vez, então, enfrenta mesmo, vá adiante, por você, porque você merece se livrar disso, é como você disse, você precisa estar bem para ajudar o seu marido!!!
    Beijos e tamujuntas

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    1. Muito obrigada!! Eh essa força que me faz ir em frente, nao desistir. Acho q umas coisas mais positivas q eu fiz foi criar esse blog!

      Beijos enormes!

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  3. Força, seiga em frente, não desista e também ouça, seus instintos, emoções enfim por vezes não confiamos em nós mesmas e achamos que certas atitudes talvez não seja tão correta...o que me ajuda muito nisso é quando eu vivo certa situação e não sei como agir, coloco como se a situação acontecesse na casa da vizinha e me pergunto, o que eu a aconselharia a fazer...ai acabo me aconselhando..e tomando a decisão amsi com a razão do que com a emoção, isso tem me ajudado..
    Um grande abraço

    Rachel

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  4. adorei o blog...
    tb tenho dificuldades em confiar no sexo oposto.

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