Vida. CAPS e opiniões.

Oi amigas!!


Desculpa a demora em voltar aqui no nosso cantinho..
É que meu amado esta jogando um joguinho de infância no computador e não me sobra  espaço!!


Bom..
Dia 26-06, a 15 dias atrás, meu marido foi ao CAPS AD pela primeira vez, e logo de cara adorei!!
Achei as pessoas atenciosas e uma equipe bem estruturada, ele passou pela triagem e uma consulta com a psicóloga.

Na triagem, a enfermeira fez aquelas perguntinhas básicas que ele respondeu com muito receio, já que a mãe dele entrou na sala.

Ela perguntou: Oque você usa?

- Cocaína.

- Só cocaína?

-Só.

-Qual a frequencia de uso e quanto tempo você consegue ficar sem usar?

-Ah, eu consigo ficar uma semana, duas, até mais.

Ha-ha-ha. 

Até parece. Ele só falou isso porque a mãe dele tava lá.

Quando saimos da sala chamei ele num canto e disse: Olha, aqui o tratamento depende 90% de você ( e foi oque a enfermeira disse) então, não mente! fala a verdade, porque ele vão fazer o plano de tratamento de acordo com seu perfil de uso e se você ficar minimizando o problema, não vaio ter resultado.

Percebi que entrou por um ouvido e saiu pelo outro.

Mas minha parte eu fiz.

E chamaram ele novamente pra falar com a psicóloga.

Eu a mãe dele, que estavamos na sala de espera ansiosíssimas, não viamos a hora de ele sair.

Ele saiu tranquilo, mas muito nervoso porque estava mega atrasado pro trabalho.. E eu boba.. fico brava junto!!!


Bom..
Ontem, dia 05/06 fomos novamente.
Pensamos que era consulta mas era Grupo Acolhedor.
Eu e a mãe dele não fomos junto. Ficamos na sala de espera..
Uma hora depois ele voltou. Conversando com os outros companheiros que estavam lá com ele.. 
Com uma cara leve, sorrindo.


O caminho pra casa foi tranquilo, mas ele não quis me contar como foi. rsrs
Disse que é igual nos filmes, varias pessoas sentadas, partilhando experiencias..


Já em casa, tudo estava tão bem..
O clima entre nós estava tranquilo.. trocamos carinhos, juras de amor.
Nossa filhinha, que está cada dia mais esperta, brincava no meio de nós dois deitados no chão.

Aquela cena linda podia se repetir todos os dias..


Ele fica tão lindo quando está sóbrio.
Conversa normalmente, me beija com carinho.. se diverte com a Julia que fica gritando papai, papai o tempo todo.
E nesses momentos de trégua, de paz, eu tenho certeza que nos amamos. Que é ele o homem da minha vida.

Mas logo me lembro que a droga é como um fantasma que está la fora, atrás da porta, esperando uma brecha pra se fazer presente.. e colocar toda essa paz pra correr!


Mas não quero pensar nisso agora, quero mudar, mudar de verdade.
Quero pensar antes de falar.
Pensar antes de agir..


Quero ser mais de mim do que dele..
Quero tomar decisões sem me preocupar com a cara de desaprovação da mãe dele..
E quero parar de ficar falando e fazendo as coisas só pra feri-la.
Exemplo:
Minha prancha de cabelo quebrou. Meu celular também.
Ontem no caminho do CAPS, meu marido me disse que iamos na Casas Bahia comprar a prancha e o celular e parcelar..
Ela fez uma carinha estranha e soltou: Filho, manda arrumar a prancha que quebrou e compra o celular dela daqueles xing ling mesmo é mais barato..


Há- há!
Fiquei quieta..


Hoje, agorinha.. ela veio aqui.
Eu disse:
Vou lá na academia que você frequenta com você. Quero ver quanto fica academia e hidroginástica pra mim e natação pra Ju.


Ela fez uma cara: Ah.. legal. Chama o Alan também. Ele precisa mais..


Há- há!
Ela não gosta de vê-lo me dando as coisas, gastando comigo e não com ele.


Ele precisa mais???
Sei que ele também precisa, e claro que dependendo de quanto for, quero fazer com ele..


Mas se ele não quiser ir eu não posso??


Eu estou 10 kilos mais gorda desde a Ju nasceu, fico trancada em casa.. e não tenho direito a fazer academia se eu quiser.
Ele é meu marido. Isso que ela não entende. Ele tem sim que pagar as coisas pra mim..
No fundo eu fico falando essas coisas pra alfineta-la..


Tenho que parar com isso..
Parar de me importar com os outros pensam..
A nossa visa é aqui!
Ele já não mora com ela e ela não tem autonomia na minha vida.


Na verdade no fundo eu sei que essa minha raiva do comportamento dela é porque minha mãe é o oposto dela.


Minha mãe não se importa comigo, não me ajuda..
Ela sobrecarrega o filho de cuidados, até ultrapassa o limite do saudável.
Eu queria ter alguém que me defendesse assim.. alguém que me amasse assim..
Queria que ela quisesse o meu bem TAMBÉM.
Sei lá..


Preciso me libertar.. ser mais dona das minhas vontades e de mim.
Não deixar que essas coisinhas me firam.


Semana que vem tem Grupo Familiar no CAPS, eu vou.
Não sei oque me espera, mas preciso enfrentar..
Me enfrentar e me descobrir.